sábado, 29 de setembro de 2012

Lâmina da Dor


Ela gritava, seu grito mais alto era o silêncio. Seu quarto era seu melhor amigo, tecnologia, caneta e papel sua arte. Às vezes arte sem sentido, arte inútil. Às vezes nada fazia sentido.
   Seu pulso doía, sua cabeça e principalmente o coração. Não havia remédio que curasse.
   Ela gritava que estava mal, mas ninguém a ouvia. Ela foi ficando fria, cada vez mais fria. Da sua boca só saía o necessário, ela sorria mas não significavam nada aqueles sorrisos em seus lábios. Era como se ela usasse uma máscara, uma armadura para isso, ninguém chegava perto, ninguém se importava porque ela estava bem, ela sorria, oras!
   Ela foi se acostumando com isso, pelo menos ela achava que sim só até o dia que seus pulsos doeram mais profundamente e seu coração também. Imediatamente ela achou que sua dor teria fim bem alí. Pobre garota!
   Lá estava ela no seu quarto, caída no chão segurando uma lâmina e seus pulsos sangrando. Seu sangue escorrendo pelo chão passou por baixo da porta que estava trancada.
   Sua mãe já desesperada gritava e chorava, seu pai destruiu a porta e ao entrar se deparou com sua filha dando seu último suspiro. Nada mais poderia ser feito.   Depois disso, tudo o que seu pai achou foi simplesmente tudo o que ele tinha perdido e esquecido de sua filha, coisas que ele nunca tinha se importado. Tudo estava escrito em folhas, cadernos e paredes. Seus sentimentos assim eram expessados já que não havia ninguém.

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