domingo, 16 de setembro de 2012


  • - Bia, como você está se sentindo hoje? - o menino pergunta brincando com algumas canetas.
  • - A menina, com seu olhar vazio o encara, e por segundos sorri - To melhorando Lipe, to melhorando.
  • - Não Bia, era pra você dizer ' muito melhor, afinal, você tá aqui do meu lado, nossa Felipe, você é O cara - falava rindo, tentando divertir a garota - Então vamos recomeçar - ele faz uma pausa.
  • - Como você tá se sentindo hoje Bia? - pergunta agora olhando-a.
  • - Nossa, to muito melhor Lipe, acho que você é O cara, por isso que eu to assim, sei la - falva rindo e se embolando.
  • - Viu, não foi fácil falar a verdade Bia?
  • - Seu sonho - falava rindo.
  • - Você? - o menino a olhou fundo.
  • - Eu? o que? - ela falava abaixando o rosto, ela sentia que o menino perceberia como ela se sentia apenas ao olha-la desse jeito.
  • - Meu sonho - o menino abriu um sorriso divertido.
  • - Mais um?
  • - O que?
  • - Que tenta me iludir - ela ria, sem vontade.
  • - É sempre assim - o menino falava agora desmanchando toda aquela pose de O cara.
  • - O que? sempre descobrem o seu plano fácil? - falava sem perceber o quanto aquelas palavras poderiam magoa-lo.
  • - Sempre acham que vou fazer como os outros, nunca me dão uma chance de me mostrar diferente.
  • Os dois ficam em silêncio, um silêncio pertubador, até a menina pensar melhor:
  • - Lipe? - o chamou fazendo-o olha-la.
  • - Fala - dizia sem ânimo.
  • - Me desculpa?
  • - Pelo que Bia?
  • - Por ter te julgado errado.
  • - Tá tudo bem Bia, mas porque isso hein?
  • - Eu já sofri demais Lipe, todos que disseram que jamais me machucariam, que disseram que eram diferentes, foram embora, marcaram a minha vida, me machucaram e foram embora - ela faz uma pausa, colocando a mão no rosto, tentando segurar as lágrimas - eu só to cansada de decepções sabe? to cansada de mentiras, de fingimento.
  • - Eu te entendo Bia, eu já passei por coisas assim, muitas já disseram me amar, já disseram ser minhas amigas, mas arrumaram meninos melhores - o menino falava, e pela primeira vez demonstrou no seu olhar o quão triste ele era, o quão machucado já fora.
  • - Então temos algo em comum.
  • - Temos três coisas em comum.
  • - T-r-ê-s? como assim Lipeeee?
  • - Primeira: Fomos machucados. Segunda: Temos medo de sofrer tudo de novo. Terceira: Precisamos de alguem para nos ajudar a curar.
  • - O que v-você quer dizer com iss-so? - a menina gaguejava, sim, ela ficara apreensiva.
  • - Que é destino Bia, tudo isso. Finalmente achamos alguem que passou por tudo, que tem os mesmos medos, porque não enfrenta-lo juntos?
  • - Mas e se você me machucar?
  • - Eu não vou?
  • - E você promete?
  • - Não. Não vou prometer como outros fizeram e descumpriram. Eu jurometo que não sou como eles - falava abrindo pequenos sorrisos, aos poucos.
  • - Juramete Felipe? - a menina dava gargalhadas.
  • - Ué, eu juro, e prometo ao mesmo tempo - o menino colocou a mão no queixo como se fizesse a cara de um pensador - a qual foi Bia, sou um gênio - falava rindo.
  • - Você é doido, isso sim.
  • - Posso ser seu doido - falava enquanto colocava suas mãos entre o rosto da menina.
  • - Juramete que vai ser só meu? - falava rindo.
  • - Só seu.
  • E assim os dois se beijaram, e dali começaria uma amizade maior, um amor sincero, puro, que começaria sem medos, pois eles iriam enfrenta-los juntos.

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